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20 de dezembro de 2014

J.P. Morgan nos EUA é condenada ao pagamento de multa de U$$ 13 bilhões

O presidente do J.P. Morgan, maior banco dos Estados Unidos, Jamie Dimon, e o procurador-geral americano, Eric Holder, chegaram a um acordo preliminar, na última sexta-feira, em que o banco terá de pagar multas e indenizações no valor de US$ 13 bilhões para que sejam resolvidas as investigações e os inquéritos sobre a venda de títulos derivados de empréstimos de hipotecas de risco, chamadas de “subprimes”.
Caso o J.P. Morgan seja condenado a pagar a multa, será o maior valor pago por uma empresa americana neste tipo de acordo com o governo.
Dos US$ 13 bilhões que o banco terá de pagar, US$ 9 bilhões serão para os cofres americanos, enquanto os outros US$ 4 bilhões servirão para indenizar os clientes enganados pelo banco, que tinham papéis derivados de hipotecas.
Compradores NINJA
A crise do subprime ganhou vulto em 2008, quando os bancos e investidores perceberam que haviam comprado um volume imenso de papéis lastreados em financiamentos imobiliários que não seriam pagos, feitos para pessoas sem renda, sem trabalho e sem patrimônio – os chamados NINJA, no income, no job, no assets. Além disso, os preços dos imóveis estavam inflados pela enorme oferta de crédito e a especulação, despencando após o fim da bolha imobiliária nos EUA, o que reduziu as garantias dadas aos bancos.
Muitas instituições foram acusadas de não terem o devido cuidado ao conceder os empréstimos ou de terem oferecido investimentos com garantias em operações de alto risco, apenas para aumentar os ganhos das instituições e os bônus de seus executivos.
A Federal Housing Finance Agency (FHFA, na sigla em inglês), agência reguladora de empréstimos imobiliários nos Estados Unidos, acusa o J.P. Morgan de ter enganado a Fannie Mae e a Freddie Mac, empresas de financiamento público-privados, ao vender para elas “subprimes” antes da crise financeira de 2008.
Confissão de culpa
À Agência Bloomberg, uma pessoa envolvida na negociação relatou que a equipe de Eric Holder alegou ser necessário que o banco se declarasse culpado para que a procuradoria-geral americana encerrasse as investigações. Segundo a fonte, o acordo não foi oficializado e alguns detalhes ainda estão sendo discutidos por ambas as partes.
Mais tarde, o Departamento de Justiça propôs que o banco se declarasse culpado por fazer declarações falsas relacionadas a vendas de títulos hipotecários perigosos. O banco propôs um acordo para que a procuradoria não o processasse, que Holder rejeitou, disse a fonte envolvida. O banco concordou em auxiliar a investigação criminal. Essa negociação mostra a linha mais dura que a administração de Obama está levando neste seu segundo mandato.
A recusa de Holder de deixar o J.P. Morgan fugir à responsabilidade penal por suas vendas em hipotecas de títulos e atividades danosas que levaram à crise financeira, pode percorrer um longo caminho para apaziguar os críticos do Departamento de Justiça, que têm exigido acusações contra os banqueiros desde o colapso do Lehman Brothers em 2008, que deu início à pior crise financeira da história desde 1929.
A linha mais dura do governo americano começou por ordem do presidente Barack Obama. Ele prometeu em seus discursos eleitorais, durante a corrida presidencial de 2012, manter os bancos responsáveis ​​pelo seu papel em ajudar o país a sair da recessão.
Fonte: Arena do Pavini

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