Por Vaas, no LNO
Nascido em 1891 em uma família de origem inca, Martín Chambi foi o primeiro fotógrafo indígena latino-americano e sempre tentou registrar seu povo da forma como seu povo se via, sendo nisso, também, pioneiro. A maior parte de sua obra foi produzida na primeira metade do século 20, e retratou a riqueza cultural de um povo ainda pouco conhecido. As fotos abaixo perfazem o período de 1920 a 1940.
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Um índio retratando seu próprio povo, o resultudo não poderia ser outro. Muito bom. Bem diferente do olhar dos Europes sobre estes mesmos povos, retratado como se fossem monstros, cobaias, atração circense, algo assim, a conferir:
Há duas imagens da mulher, uma de frente e outra de perfil (Figuras 1 e 2). Na primeira, ela fixa seu interlocutor, olha sem rodeios para o aparelho e para tudo que está por trás dele e seu olhar diz muito: denuncia sem palavras a violência. As mãos cruzadas placidamente no colo contribuem para um ar de resignação, de espera, mas ao mesmo tempo de harmonia sem esquecer que são mãos vigorosas. Esta mulher, ainda jovem, transmite lucidez, serenidade, protesto indignado e aceitação trágica de seu destino. É uma verdadeira Gioconda dos trópicos, a nos desafiar com sua expressão ao mesmo tempo enigmática e contundente.
Este jovem pode ter sido um desses incontáveis casos de martírio anônimo. Ele ainda tem os botoques circulares nas orelhas e o cabelo cortado à moda de sua tribo.
A foto abaixo, perdi o link, não sei a origem:
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