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10 de dezembro de 2011

Lembranças do passado presentes (Liberté - 4/70)

No momento são 18:00h. Desde cedo estou em dúvida com relação a uma época.  Enfim, não tenho certeza  se quando presenciei a conversa entre o meu amigo Félix e o Ney o presidente era o Collor. Só mesmo telefonando para ele para tirar a dúvida.
Eu (ao telefone): Estou com uma dúvida. Quando o Ney Matogrosso veio em Goiânia apresentar-se naquele bar das amigas dele e que você fez aquele comentário, que as pessoas haviam gostado, era que época? 
Félix (ao telefone):  Qual era o nome do show no qual ele cantava acompanhado pelo Raphael Rabello?
Eu: O A Flor da Pele. Então foi em 1990. 
Félix: Sim.  Ele havia terminado o show onde ele cantava Homem com H. Me lembro perfeitamente que ele mudou radicalmente o estilo.
Eu: Ah sim, era o Ney Matogrosso ao Vivo.
Félix: Prá que você está querendo saber destas coisas?
Eu: Para fazer uma correção. É que fiz uma grande confusão ao comentar no blog do Luis Nassif. Afirmei lá que o Ney havia ficado sem um centavo sequer e que, sem dinheiro, apresentou-se neste bar das amigas dele e, a partir dai, recomeçou a vida. Félix, muito obrigado.
Félix: De nada.
.......................

Agora são 17:36, ainda preciso comprar a passagem para ir para Pirenópolis amanhã cedo. O Félix acabou de falar da caixa com vários CDs do Ney,  gravações raras, está à venda na Livraria Saraiva. Não sei se vai dar tempo. Estou nesta correria. Preciso


Lembranças do passado presentes ou ausentes, tanto faz


,,,..
Então,,,,...tornou-se um desafio para mim lembrar destas coisas. O site do cantor confirma isso, agora sim, está tudo ok, mais dados sobre o A Flor da Pele
http://www2.uol.com.br/neymatogrosso/show11_t01.html




1990 À Flor da Pele
Com Rafael Rabello
Estréia: Hotel Nacional, Rio de Janeiro.
próximo >
O espetáculo estreou no Hotel Nacional, no Rio. Foi um show de emoções dosadas pouco exteriorizadas, mas nem por isso menos intensas. No palco, dois astros de domínio absoluto de seus respectivos instrumentos. Um Rafael Rabello que criava sucessivamente acordes limpos e precisos no seu violão. O outro Ney, que brincava com a voz com a segurança dos grandes interpretes. Durante o recital no qual tocavam clássicos da MPB, eles não trocavam uma palavra com a platéia.

Rafael tocava uma série de composições de Tom Jobim, entre elas “Samba do Avião”, “Anos Dourados” e “Luiza”, depois acompanhava Ney que cantava outros clássicos do maestro, como “Retrato Branco e Preto” e “Modinha”. Mas a estação primeira da linha evolutiva da nossa musica popular brasileira também ganhava destaque como em: “Ultimo Desejo”, e “Na Baixa do Sapateiro”.

Foi um show de virtuoses, que reafirmaram o talento de Rafael e apresentava um Ney Matogrosso inovador. O universo desse show foi praticamente o mesmo que o Pescador de Perolas, mas nele Ney se permitia maior descontração dando discretos rebolados, soltando alguns “ais” e prolongando agudos que soavam como quase gracejos. Nas interpretações vigorosas de “O Mundo é um Moinho”, “As “Rosas não Falam”, e “Autonomia”, três perolas de Cartola, ele elevava notas, altera andamentos e praticamente gritava os versos de “Autonomia” contanto sempre com a cumplicidade de Rafael. A ousadia nas interpretações por vezes irônica dos versos ressentidos de “Três Apitos”, sem em nome da modernidade, deturpar a forma e o sentido dando um verdadeiro show com as antigas canções como “Da Cor do Pecado”, “No Rancho Fundo”, ”Caminhemos” e tantas outras que marcaram época, no bis quando os dois retornavam com Ney cantando “Alma Llanera” e “Balada do Louco”, foi um momento muito aplaudido.

O mais importante que se observou nesse show foi à coragem de Ney em interpretar antigas canções sem cair no lugar comum do repetitismo, ou no erro muito comum de procurar fazer algo novo e apenas repetir o recente. A atuação do cantor foi a de quem já ouviu repetidas vezes as canções, entendeu a letra e as sentiu respeitando as informações dos autores, transformando-as em coisas suas.

Para Ney o sucesso de público e crítica é gratificante, porque reflete que a sensibilidade das pessoas estava bastante aflorada, num pais em que teoricamente não deixa existir esse tipo de sentimento.
SET LIST
Músicas:

1. La Catedral
2. Modinha
3. Retrato em Branco e Preto
4. Molambo
5. Da Cor do Pecado
6. Tristeza do Jeca
7. O Mundo e Um Moinho
8. As Rosas Não Falam
9. Autonomia
10. Samba do Avião
11. Luíza
12. Prelúdio nº 3 para violão solo
13. Prelúdio da Solidão
14. Três Apitos
15. Caminhemos
16. Segredo
17. Negue
18. Na Baixa do Sapateiro
19. Vereda Tropical


Bis:
1. Alma Llanera
2. Balada do Louco
Obs: As músicas podiam sofrer algumas alterações no decorrer dos shows.

Músico:
** Rafael Rabello - Violão



Produção:
** Iluminação - Ney Matogrosso
** Som - Ronaldo Lombardi
** Camareiro - Chiquinho
**Coordenação Geral - Luiz Clericuzzi (Luizinho)

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