Quando vejo alguém subindo em escadas para pegar um processo que fui buscar fico pensando: tanto esforço inútil, este rapaz tão jovem gastando energia com isso quando deveria estar mexendo em coisas dos artistas, todos estes papéis poderiam ser isso: arte. No entanto não são crimes ou doenças e poderiam ser arte, a conversão é tão simples.
Tirei umas fotos discretamente de todas estas coisas, sem liberdade mas tirei. Sem liberdade porque estes Foruns são repletos de câmeras, dias atrás descobri que somos vigiados até nas escadarias, olhei para cima e vi uma luz piscando na minha direção. Se estava piscando é porque estava me vigiando, há uma central, uma sala lotada de policias fardados nos vigiando, no Forum Criminal a tal sala fica logo na entrada, ainda não esconderam a vigilância, está lá para quem quiser ver e denunciar a falta de liberdade a que os artistas somos submetidos.
Acho que é por isso que me preocupo tanto em resgatar coisas que criei quando era livre pois que o meu único limite era a censura médica e, livre, tirei fotos, elaborei projetos, escrevi textos e mais textos, produzi videos. Todo este acervo estava espalhado por 70 armários, talvez o fato de criar 70 blogs foi uma forma de compensar a ausência dos 70 armários que joguei fora. Por isso, nos Foruns quando vejo advogado nas varas, fotografando folhas de processo para digitalizar noto que eu poderia ter feito isso com meus textos. No entanto, por burrice, não fiz, preferi, naquele momento em que fui transformado em spin faxineiro, jogar tudo fora e, assim ficar livre de tudo.
Hoje estou assim: nada ao meu alcance, nem mesmo máquina fotográfica e câmera de vídeo. Possuo tais ferramentas mas não consigo usar, a bateria acabou e, devido a bagunça aqui em casa, não acho a bateria, ou não tenho tempo para procurar. Por isso no momento a minha única ferramenta é o teclado deste computador. Se o meu email for raqueado toda a minha obra terá sido, novamente, destruida, agora tenho que ir, fui. Ah, neste domingo tem um show do Ney Matogrosso, gostaria tanto de ir lá levar esta camiseta que fiz a partir do anúncio Jaime Bennati. É que sonhei que estava entregando para ele um cartão de visita o que poderia, ser, é claro, uma camiseta com esta imagem impressa, engraçado estas coisas que a gente faz sem ver, é a velocidade, quando raciocínio e pensamento viram fumaça, estou me referindo ao risco perto de "Grato, spin". Não foi proposital, nem sei como ocorreu, o traço ou lápis estava no cursor e, por acaso, bati ali.
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