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22 de maio de 2015

Dia Mundial contra a Monsanto: por que essa discussão tem a ver com você

A Monsanto é uma das maiores produtoras de agrotóxicos do mundo e o Brasil lidera a lista de consumidores desses herbicidas. A relação entre os dois tem gerado desconforto, principalmente com o estudo recente lançado pela OMS, que confirma o potencial cancerígeno de componentes comercializados pela empresa

Por Maíra Streit

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Marcha Mundial contra a Monsanto será realizada em várias partes do mundo (Foto: Rafael Stédile)
Dezenas de países estão se mobilizando para a Marcha Mundial contra a Monsanto, prevista para acontecer neste sábado (23). O objetivo do protesto é chamar a atenção para os riscos causados pelos produtos comercializados pela corporação. Mas, antes que você pense que esse assunto faz parte de uma realidade distante, saiba que a empresa está mais presente no seu dia a dia do que poderia imaginar.


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21 de maio de 2015

Vamos bater panelas contra a corrupção fiscal?

Miguel do Rosário, em O Cafezinho
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Diretamente de Brasília.
O Senado autorizou a instalação, esta semana, da CPI do Carf, que ajudará a dar suporte político à Operação Zelotes, conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
O Cafezinho prefere lhe dar um apelido mais popular: CPI do Darf, para lembrar a campanha “Mostra o Darf, Rede Globo!” que fizemos após a divulgação de documentos que ilustravam a “engenhosa operação financeira” da Globo, visando fraudar o fisco na aquisição dos direitos de transmissão da Copa de 2002.
Junto à CPI do Swissleaks, agora são duas CPIs no Senado criadas através de denúncias que tiveram mais repercussão junto às redes sociais e blogs do que na grande imprensa.

Sem prova, Moro e PiG miram no PT e pegam Dirceu​

Primeiro prende, depois investiga !



Segundo o PiG, o Juiz da Vara de Guantánamo, os procuradores fanfarrões e os delegados aecistasconfessos prenderam um doleiro.

Segundo os próprios protagonistas da 498ª etapa da Lava Jato,

“A única ligação entre Pascowitch e o Partido dos Trabalhadores que temos hoje é através do José Dirceu. A empresa de Milton fez pagamentos à JD entre 2011 e 2012″, disse o delegado Igor Romário de Paula.

Não é isso o que diz a Globo, na manchete:

PRESO DA LAVA JATO ERA ELO ENTRE O PT E A PETROBRAS, DIZ INVESTIGAÇÃO DA PF



“Era” o elo.

A Globo já determinou: ERA !

É o minueto de sempre, que vai transformar essa Lava Jato num castelo de areia: os delegados e procuradores insinuam, passam manteiga para o PiG e o PiG condena o PT.

No caminho, para chegar ao PT, pegam o Dirceu.

Não há prova contra um nem outro, na delatoria desse novo doleiro.

Nem contra o PT nem contra o Dirceu.

Dirceu não estava mais no Governo e já disse, aqui mesmo no Conversa Afiada, que esses serviços prestado não tinham NADA a ver com a Petrobras.

Mas, a munição do Dr Moro começa a escassear.

Ele não quebrou a Petrobras.

O acordos de leniência serão firmados, pois, nem no Nazismo as empresas fecharam.

E as reverberações políticas já estão descontadas – com a progressiva desmoralização das bravatas udenistóides do Fernando Henrique.

A própria Lava Jato vive uma crise profunda de credibilidade.

O delator Youssef é bi-relator e o Ministro Teori não sabia disso.

Moro concedeu ao Youssef o direito de mentir uma segunda vez !

Dr Moro não deixa delator delatar tucano na CPI.

cunhada não era a mulher.

Amada Amante guardava o dinheiro no bum-bum.

E o Janene, quem sabe, o centro da roubalheira, talvez esteja vivinho da Silva em Miami Beach !

(Não deixe de votar na enquete trepidante.)

Mas, o Dr  Moro é candidato.

A que ?

A tudo !

Se a pressão eleitoral recomendar, ele talvez escreva novos prefácios de livros furados – quem sabe uma reedição de “Mein Kampf”? – e dê ordem de prisão ao Dirceu e, depois, ao Lula !

Provas ?

Para que provas ?

As provas estão nos autos.

Que autos ?

As “reportagens” do PiG !

Sem o PiG, o Moro não saía de Maringá !

Paulo Henrique Amorim

Em tempo: O Conversa Afiada reproduz Nota à imprensa do ex-ministro José Dirceu:



O ex-ministro José Dirceu reitera, conforme já divulgado anteriormente, que o contrato com a JAMP Engenharia, assinado em março de 2011, teve o objetivo de prospecção de negócios para a Engevix no exterior, sobretudo no mercado peruano. O ex-ministro refuta qualquer relação do seu trabalho de consultoria com contratos da construtora com a Petrobras.

No período da prestação de serviços da JD Asssessoria e Consultoria à Engevix e à JAMP, a construtora atuou em estudos para construção de hidrelétrica, projetos de irrigação e linhas ferroviárias no Peru.

Durante a vigência do contrato, o ex-ministro José Dirceu chegou a viajar a Lima para tratar de interesses da Engevix – fato também confirmado pelo ex-vice-presidente da construtora Gerson Almada.  Em seu depoimento à Justiça, Almada afirmou que nunca falou com o ex-ministro a respeito da Petrobras.

“Ele (Dirceu) se colocou à disposição para fazer um trabalho junto à Engevix no exterior, basicamente voltado a vendas da empresa em toda a América Latina, Cuba e África, que é onde ele mantinha um capital humano de relacionamento muito forte”, disse o empresário em seu depoimento. O presidente do Conselho da Engevix, Christian Kok também reconheceu, em entrevista à imprensa, que a Engevix contratou a JD Assessoria e Consultoria para auxiliar em negócios fora do Brasil.

As táticas sujas da mídia golpista para abafar a Zelotes

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A Folha se tornou um jornal muito esquisito.
Fui dar uma olhada na capa do portal. Sem surpresa: só dá Lava Jato, Dirceu, o de sempre.
A manchete é sobre a prisão de um empresário que tinha feito pagamentos a Dirceu, pelos serviços de consultoria que o ex-ministro prestava, sem esconder isso de ninguém.
Claro, quando interessa, o sujeito não é mais empresário: vira “lobista”, “operador”.
A linguagem é muito importante para estabelecer a narrativa.
Sergio Moro incluiu no texto o seu estilo barbosiano: diz que acha “suspeito” que alguém tenha contratado Dirceu.

Nílson Lage: Judiciário dá a medida do estofo moral de nossa elite


 Autor: Nilson Lage, colaboração para o Tijolaço
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Se querem a perfeita medida do estofo moral da elite brasileira, olhem para o Judiciário do país.
Sua origem está na primogenitura dos latifundiários antigos que, buscando expandir propriedades e plantéis de escravos, cuidaram de prover, primeiro, na descendência, o doutor em leis.
Agora se vê que, em espírito, manteve-se esse compromisso ancestral com o próprio bolso e patrimônio.
No momento em que encontram caminhos fáceis, pela fratura da unidade política do Estado, a primeira preocupação dos magistrados é assaltar o Tesouro Nacional, arrancar o máximo de dinheiro possível e se espojar nele, numa disputa imoral de privilégios indecentes – do auxílio moradia a quem tem casa ao inalienável direito de ir comprar ternos em Miami.
Aos trabalhadores, o arrocho; ao Judiciário do Brasil, 78,56% de aumento, fora inúmeros e ridículos penduricalhos.
PS do Fernando Brito: A partir de hoje, com a devida anuência do autor, passo a publicar, com imenso orgulho,  algumas manifestações do professor Nílson Lage, formador de uma geração de jornalistas, os quais lhe formam parte uma legião de seguidores no Facebook que já supera 4.500 pessoas .  Lage é profissional de meio século de observação do jornalismo brasileiro, quase outro tanto de magistério público e dono de um respeito que supera em muito estes tempos extensos. E, já nesta primeira colaboração, tomo a liberdade de dizer que, como falam aqueles comerciais de televisão, “isso não é tudo”. Reproduzo, para que todos se esclareçam, os benefícios, além dos vencimentos, que o projeto de lei do Estatuto da Magistratura, em tramitação no Congresso,  prevê, segundo o site Conjur. Os penduricalhos, presentes e futuros, que Lage aponta, sem contar o auxílio-moradia que já se “emplacou”.
— O auxílio-alimentação será pago mensalmente ao magistrado, inclusive no período de férias, no montante correspondente a 5% do subsídio.
— O auxílio-transporte para o juiz que não dispuser de carro do tribunal será equivalente a 5% do valor do subsídio mensal do magistrado, e será pago para os deslocamentos entre o trabalho e a casa do juiz.
— O auxílio-creche será devido mensalmente ao magistrado, no valor de 5% do subsídio por filho, desde o nascimento até os seis anos de idade.
— O auxílio-educação, também equivalente a 5%, será devido ao magistrado que tiver filho com idade entre 6 e 24 anos e que esteja cursando o ensino fundamental, médio ou superior, em instituição privada.
— O auxílio-plano de saúde será pago mensalmente ao juiz no valor de 10% do subsídio para o magistrado e para sua mulher, e a 5% do subsídio para cada um dos seus dependentes.
— Além disso, cada tribunal deve proporcionar serviços de assistência médico-hospitalar aos juízes, incluindo serviços profissionais médicos, paramédicos, farmacêuticos, fisioterapêuticos, psicológicos e odontológicos.
— A ajuda de custo para capacitação será paga ao magistrado, mensalmente, para o pagamento de cursos de aperfeiçoamento, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado, correspondendo a 10% nos casos de instituições situadas no Brasil, e a 20% quando se tratar de instituição situada no exterior.
— Será paga indenização de permanência ao juiz que tiver completado tempo de serviço para aposentadoria, mas que permanecer trabalhando. O benefício corresponderá a 5% do total da remuneração, por ano de serviço excedente, até o limite de 25%.
— O prêmio por produtividade será pago ao magistrado uma única vez por semestre, em janeiro e em agosto de cada ano. Para isso, basta ao juiz, nos seis meses anteriores, proferir mais sentenças do que o número de processos recebidos mensalmente. Cumprida a meta, o juiz recebe um salário a mais por semestre.
— O juiz receberá o adicional por prestação de serviços de natureza especial se participar de mutirões de conciliação, treinamentos, projetos sociais, fiscalização de concursos públicos.

Quando a bengala bate na panela

Por Marcelo Semer, no blog Justificando:

Mal acabavam de bater as panelas na varanda, a Câmara dos Deputados estava em sessão para aprovar uma das mais casuísticas emendas constitucionais de que nossa história republicana tem lembrança. Uma espécie de pacote de abril, só que com o Congresso aberto.

As panelas não bateram pela democracia que o casuísmo rompia, nem mesmo pela corrupção que ele institucionaliza ao ser fincado no coração da Carta Magna. Elas batiam só contra o governo, curiosamente na mesma toada que os discursos que os membros da oposição ou da base nada-aliada faziam tentando justificar o injustificável naquela sessão.

A PEC da Bengala, tal como aprovada pelo Congresso, com o aval de ministros do STF que prestigiaram a promulgação, e a estimularam nos bastidores, ganhou força apenas como forma de amputar o poder da presidenta, nada mais.

Para evitar atrasos e impor imediatamente uma derrota ao governo, os parlamentares evitaram, por exemplo, estender a regra de aposentadoria compulsória aos 75 anos a todos os servidores do país. Os desembargadores, como se tem visto, estão tomando a providência de estendê-la para si mesmos, porque em seus cargos repousa o poder de fazê-lo por provimento judicial. Mas é apenas ilusão supor que o corporativismo será capaz de anular esse casuísmo. Se levado a extremo, apenas cria outro.

Enquanto o governo, que tanto criticava as medidas impopulares dos adversários, tenta realizar essa mesma pauta, o Congresso abriu a caixa de Pandora para uma agenda reacionária, da qual, pode-se dizer sem medo de errar, que o inferno é o limite.

O mal-ajambrado anteprojeto do Código Penal, reprovado por dez entre dez penalistas, está sendo trazido à votação, na mesma pauta de fim-do-mundo em que se insere o fim do auxílio reclusão, a revogação do estatuto do desarmamento e sabe-se lá quantos novos crimes hediondos. O sinal mais inequívoco do populismo penal é o convite formulado para que apresentadores de programas policialescos fossem à Câmara “debater” a redução da maioridade penal.

Há tempos que se reclama que deputados e senadores ganham demais para trabalhar pouco. Mas a operosidade dos congressistas não pode ser medida apenas pelos projetos que aprovam. Principalmente porque a maioria que hoje impulsiona o parlamento, entre aqueles que querem que o governo caia e os que só querem que ele se mantenha agachado, têm feito de tudo nas sessões, menos parlamentar.

O debate político, que amadurece os projetos e permite as composições, que incorpora os anseios da sociedade ao mesmo tempo em que dá ouvidos aos especialistas, está praticamente interditado.

Projetos vem e vão ao sabor de pedidos ou ameaças. Nada a estranhar na medida em que nas presidências das Casas parlamentares estão dois indiciados pelo Procurador-Geral da República, mais empenhados em contestar o inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal contra si.

Curiosamente, são esses mesmos parlamentares que lideram decisões sobre temas sensíveis à própria composição da Justiça na qual podem ser julgados, como a PEC da Bengala, com sua inusitada e inconstitucional segunda sabatina a ministros já vitalícios, a aprovação do novo membro do STF e até mesmo uma proposta que pretende superar-se no oportunismo: a proibição da recondução do Procurador-Geral da República que os investiga.

De casuísmo em casuísmo, entre ameaças e rancores, de uma situação que luta de forma desesperada por implantar a agenda da oposição, e esta que contraditoriamente a repele em busca do quanto-pior-melhor, poucas coisas representam simbolicamente mais a política sem palavras, o diálogo que desapareceu e a institucionalização que progressivamente vem esmaecendo do que o bater de panelas.

É um grito surdo de quem, sobretudo, se recusa a ouvir. De quem impede que o outro fale.

Elas não levam a lugar nenhum –mas as bengalas talvez nos levem a lugar pior.

17 de maio de 2015

Moro, nem o Nazismo fechou as empresas!


Rebelo sabe quem quer fechar o Brasil ! É só ler o PiG !​
Seguem-se trechos de uma destemida entrevista do Ministro Aldo Rebelo  ao Estadão:


Os panelaços preocupam o governo ou o sr avalia que é um evento isolado?


Não é isolado porque acontece nas grandes cidades. É um movimento de setores da classe média que não atraiu a presença do povo. Mas no Brasil essas manifestações sempre foram de setores médios.Partidos de oposição queriam ensaiar um pedido de impeachment e recuaram.

O movimento perdeu força?


Nos momentos tumultuados da vida nacional, as teses não precisam de muita sustentação para circular. Não há sustentação jurídica nem política para a oposição cogitar do impedimento. Faz isso porque é jogo de cena. O País vive um momento estranho.

Estranho como?


Vivemos um momento em que empresas brasileiras que foram responsáveis pela construção da infra-estrutura do País recebem um tratamento que nem as empresas que sustentaram o esforço de guerra do Nazismo receberam. Nem elas foram tratadas como a Petrobras e as empresas de construção civil estão sendo.

Que tratamento é esse?


Existem dois movimentos em curso no Brasil. Um é legítimo e necessário: a investigação e o combate sem tréguas à corrupção. O outro movimento é aproveitar o pretexto do combate à corrupção para destruir, desacreditar e desmoralizar empresas como a Petrobras e as que construíram nossa infra-estrutura perante o mundo.


Quem está querendo destruir as empresas?


Os agentes estão nos jornais. Basta procurar.

O Conversa Afiada foi procurar e localizou os agentes a que se refere o Ministro Rebelo, um nacionalista.
São eles: o Juiz Moro da Vara de Guantánamo, autor demortífero prefácio.
Os Procuradores fanfarrões, os delegados confessadamente aecistas da Policia Federal do zé, o Ataulpho Merval, a Urubóloga, odos chapéus, que perdeu a liderança entre colonistas raivosos para o Sarnemberg…
E, claro, na frente do pelotão atômico, o Farol de Alexandria , que inaugurou a roubalheira na Petrobras.
São esses, entre outros menos visíveis, que querem fechar a Petrobras e as empresas de infra-estrutura.
Mas, apesar do pessimismo do Ministro Rebelo, é pouco provável que os acima citados atinjam o objetivo.
Os acordos de leniência estão em curso.
A Petrobras apresentou um balanço espetacular.
E o Brasil salvará as empresas de infra-estrutura, como a Alemanha salvou as que serviram ao Nazismo !

15 de maio de 2015

Judiciário é menos transparente do que os demais poderes


Jornal GGN – O Judiciário é o poder da República com pior adesão à Lei de Acesso à Informação. É o que concluiu o levantamento de uma ONG britânica com representação no Brasil. Dos pedidos de informação feitos pela entidade, apenas 56% tiveram respostas consideradas satisfatórias. E em 20% dos casos os dados foram negados.
O levantamento se restringiu à esfera federal. No total, das 255 solicitações feitas pela ONG 68,2% foram respondidas integralmente e 23,2%, parcialmente. 2% ficaram sem retorno e 5,5% tiveram respostas negativas.
Enviado por Antonio Francisco
Do Estadão Conteúdo 
Por Roberta Pennafort 
O cumprimento da Lei de Acesso à Informação pelos órgãos federais melhorou em 2014 em relação a 2013, conclui levantamento da ONG Artigo 19, com sede no Reino Unido e representação no Brasil. O Judiciário ainda precisa aprimorar seus mecanismos: só 56% dos pedidos de informação enviados pela ONG tiveram respostas consideradas satisfatórias, e em 20% dos casos o dado foi negado.
O levantamento ocorreu só no âmbito federal. Das 255 solicitações, 68,2% foram respondidas integralmente e 23,2%, parcialmente. Só 2% ficaram sem retorno. Em 5,5% dos casos a resposta foi negativa (houve situações em que os órgãos alegaram não ter o dado).
Em 2013, ainda que a maioria deles já contasse com departamentos encarregados de fornecer as informações, um terço dos pedidos teve respostas incompletas ou com fundamentação inadequada. A conclusão é de que o acesso melhorou no último ano, mas ainda está aquém do que se esperava, após três anos de vigência da lei.
Foram analisados 51 órgãos: os 38 do Executivo ficaram bem posicionados, a Câmara dos Deputados e o Senado apresentaram "progressos consideráveis" em relação a 2013 e a Justiça (11 órgãos pesquisados) permanece o poder mais fechado - 9,1% dos pedidos ficaram sem qualquer resposta.
Para produzir o relatório, a ONG, focada na defesa dos direitos humanos, liberdade de expressão e acesso à informação pública, analisou a chamada transparência ativa, que se refere às informações divulgadas espontaneamente nos sites oficiais, e a passiva, ou seja, as respostas aos questionamentos enviados aos órgãos, examinadas quantitativa e qualitativamente.
Das 190 solicitações mandadas a ministérios e secretarias, 73,2% voltaram com a informação completa. Em média, levaram 16 dias para chegar (o prazo legal é de 20 dias). A média da Câmara e do Senado foi de 60%. Já os 11 órgãos do Judiciário deram apenas 50,9% de respostas integrais.
A diretora executiva da Artigo 19, Paula Martins, considera a falta de transparência um traço cultural, perceptível não só em órgãos públicos, mas na sociedade brasileira em geral. O relatório mostrou que o funcionário encarregado de dar acesso às informações em geral não é valorizado, o que reflete a falta de comprometimento dos órgãos com o cumprimento da lei.
"É um trabalho que ninguém quer, a pessoa fica sozinha na função e não tem documentos organizados nos quais pesquisar. Os órgãos dizem não ter orçamento específico para isso. O acesso à informação tem valor em si mesmo, e gera mais eficiência, melhor governança e controle social, e leva à conquista de outros direitos humanos", disse.
A lei n.º 12.527/2011 regulamenta o direito constitucional de acesso às informações públicas e entrou em vigor em 16 de maio de 2012, "criando mecanismos que possibilitam, a qualquer pessoa, física ou jurídica, sem necessidade de apresentar motivo, o recebimento de informações públicas dos órgãos e entidades".
No mundo em desenvolvimento, México e Chile se destacam quanto à transparência das informações públicas; nos países ricos, Suécia, Estados Unidos e Inglaterra são exemplos.

13 de maio de 2015

Advogados acusam Moro de conduzir um processo ilegal

O Cafezinho


Uma leitora amiga me manda um vídeo impressionante, que traz os advogados de Fernando Soares, um dos réus da Lava Jato, protestando veementemente contra as artimanhas do Ministério Público e do juiz Sergio Moro para enganar a defesa e manipular o processo.
A cena do vídeo é uma sala da 2ª Vara Federal de Curitiba, e os personagens principais são Sergio Moro, dois advogados de defesa, e um procurador que não aparece no vídeo.
Em determinado momento, um dos procuradores ofende o advogado, falando em chicana. Joaquim Barbosa, realmente, fez escola.
O advogado, porém, responde à altura.
São dois advogados. O segundo a falar é Nelio Machado (foto), um dos maiores criminalistas do país, que denuncia: nunca, diz ele, em 30 anos de profissão, testemunhei um desrespeito tão gritante à Constituição e ao direito da defesa.
Machado falou que até mesmo a Constituição do Estado Novo, de inspiração fascista, trazia garantias na lei que respeitavam a defesa dos réus, garantias estas que Sergio Moro tem agredido sistematicamente, com vistas a promover, sabe-se lá com que intenções, um circo midiático-judicial.
(Sobre Nélio Machado, ler esse post, do professor Rogério Dultra).
Talvez Moro tenha intenção de seguir o exemplo de Ayres Brito e escrever o prefácio do próximo livro de Merval Pereira, e ganhar uma sinecura de luxo no Instituto Innovare, da Globo.
Machado explica ainda ao procurador mal educado e ignorante que o Ministério Público, segundo a Constituição cidadã de 88, tem como dever auxiliar a justiça. O procurador não é um justiceiro cuja função é apenas acusar. Sua função não é ver o réu como um “inimigo” a ser esmagado a qualquer custo. Não. Sua função, assim como a do advogado, é a de defender a lei.
“Não existe hierarquia entre advogado e Ministério Público, ambos são auxiliares da lei”, ensinou Machado.
O vídeo é uma bomba.
É notório, no vídeo, que Sergio Moro não atua como magistrado, mas como um rancoroso beleguim, um verdadeiro inimigo do réu e dos advogados de defesa, imitando o estilo Joaquim Barbosa.
Emblemático que ambos, Joaquim Barbosa e Sérgio Moro, tenham ganho o prêmio Faz Diferença da Globo. Quer dizer, prêmio não. Propina. O prêmio Faz Diferença deveria ser encarado como propina e os magistrados que o recebem deveriam ser acusados de corrupção, porque é um prêmio que vale mais que dinheiro. Com esse prêmio em mãos, os magistrados podem ganhar dinheiro como celebridades políticas, fazendo palestras pagas com dinheiro público, como está fazendo, sem nenhuma vergonha, Joaquim Barbosa.
Qualquer um pode ganhar prêmio: políticos, empresários, artistas. Juiz não. Juiz não deve ganhar nenhum prêmio. O que ele faz é um dever público, uma obrigação, pela qual recebe os maiores salários e as maiores regalias oferecidas pelo contribuinte a um servidor: almoço, transporte, habitação até roupa grátis, longas férias anuais.
Por tudo isso, juízes tem de ser sérios, moderados e justos. Nunca devem se deixar levar por pressões de mídia e jamais devem se portar como acusadores ou inimigos dos réus.
Assista ao vídeo neste link, mas volte aqui depois para continuar lendo e comentar. Em seguida, ainda nesse post, tenho outra notícia bombástica.
(Crédito do vídeo: Nilton Araújo. O original, mais longo, foi publicado no site Consultor Jurídico).
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A outra notícia bombástica é um regaste de uma informação publicada, ano passado, num dos blogs da Carta Capital.
O post confirma uma denúncia que já fizemos aqui, com base num depoimento de Roberto Bertholdo, advogado condenado na 2ª Vara Criminal de Curitiba, onde atua Sergio Moro.
Segundo consta em matéria da Folha de 11 de março de 2006, Bertholdo declarou que seria “condenado por um esquema montado na 2ª Vara Federal Criminal, que criou a ‘indústria da delação premiada’. Segundo ele, Youssef entregou doleiros no Brasil inteiro e se apropriou de seus clientes.”
Eu gostaria de saber: nenhum jornal jamais quis saber a validade dessa denúncia? Que indústria da delação é essa? E que história é essa de que o esquema foi montado dentro da 2ª Vara Federal Criminal, a mesma onde atuava e atua Sergio Moro?
Não vale falar que Bertholo é um condenado. Se a voz de Youssef é ouvida pela justiça, pelo ministério público e pela imprensa, porque não ouvir Bertholo?
A matéria publicada num dos blogs da Carta Capital, o blog do Serapião, confirma a denúncia de Bertholdo.
Youssef delatou os principais doleiros do país, por ocasião da “delação premiada” que lhe foi oferecida por Moro e pelos mesmos procuradores que hoje integram esta conspiração judicial em que se transformou a Lava Jato.
O doleiro vem operando, há tempos, como o personagem da série Black List, estrelada por James Spader: manipulando a delação para jogar o Estado contra seus inimigos e concorrentes, e beneficiar a si mesmo.
O “prêmio” que Youssef obteve, após suas primeiras delações, feitas em 2003, para o mesmo Sergio Moro, não foi uma mera redução de pena. Foi muito mais! Youssef tornou-se o maior doleiro do país, e ampliou suas conexões ilegais com figuras estratégicas da elite política.
É incrível que depois de ter feito isso, Youssef ainda tenha credibilidade na mídia e lhe seja oferecida novamente o privilégio da delação premiada, pelo mesmo Sergio Moro e pelos mesmos procuradores!
A indústria da delação premiada não só dá lucro como parece ser intocável! O sujeito delata seus concorrentes, conta um porção de mentiras à justiça, é solto, volta a roubar, agora na condição de maior doleiro do país, e se torna um heroi da mídia, sendo paparicado novamente por um juiz supostamente vingador e procuradores midiáticos (os mesmos da primeira delação!), e tudo porque aceita representar, com seu imenso talento para manipulação e a mentira, o papel de pivô de uma conspiração judicial.
A Lava Jato é uma repetição grotesca do que aconteceu na Ação Penal 470, e traz vários personagens repetidos, a começar por Sergio Moro, que escreveu o texto fascistoide com o qual Rosa Weber condenou Dirceu: aquele que traz uma frase que resumirá toda uma era de arbítrios midiático-judiciais: “Não tenho provas contra Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura assim me permite”.