Retorne ao SPIN

30 de novembro de 2011

O retrato do canadense Tobias Wong

A denúncia contra Negromonte

FIESP lança o jurômetro

Operação Sinal Fechado resvala em MG

Homenagem a Lula


Video em homenagem a Lula, na luta contra o câncer! Composição de Rafael Tubino e Diego Nicolau, samba campeão do grupo de acesso do carnaval 2011 de Uruguaiana, linda homenagem a esse homem de luta(Ficha Youtube)

A descriminalização da política, por Miguel do Rosário

Dissertação de Mestrado: O uso de blogs na educação

28 de novembro de 2011

Quanto vale a Vale

O poder municipal nas eleições de 2012

A oportunidade histórica com o pré-sal

Facebook: O compartilhamento "sem fricção'

O retorno das arenas da Copa 2014

Novas suspeitas de corrupção contra Serra e Kassab

A independência da Polícia Judiciária

Operação no RN ecoa em SP

TJ condena piloto americano por gesto obsceno


Da Agência Estado

Gesto obsceno de piloto rende multa de 700 salários


Foto que fez o piloto ser detido (Divulgação)
O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação da American Airlines por gesto obsceno do piloto americano Dale Robbin Hersh. Em 2004, ele mostrou o dedo médio a sete agentes da Polícia Federal no desembarque do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Mas o TJ diminuiu o valor da indenização por danos morais que a empresa terá de pagar a cada agente. Em 2006, os policiais decidiram processar a empresa por danos morais e a companhia havia sido sentenciada a pagar 500 salários mínimos por danos morais para cada um deles. Agora, o valor foi revisto para 100 salários mínimos.
p>O gesto de Hersch foi feito enquanto o piloto tirava foto de identificação no desembarque do aeroporto, em 14 de janeiro de 2004, na frente de sua tripulação. Os agentes só perceberam quando viram a foto e então lhe deram voz de prisão. Para ser solto, o piloto teve de pagar multa de R$ 36 mil. Na época, o Brasil exigia identificação dos americanos que entravam no País alegando reciprocidade - esse era o tratamento dado a brasileiros que entravam nos Estados Unidos após endurecimento das medidas antiterror.
O valor de 100 salários mínimos ainda é considerado elevado. Mas, para os advogados Frederico Manssur, Eduardo Natal e Bruno Bergmanhs, que defenderam os agentes, é "justo". "A punição tem de ser exemplar", defende Manssur. Ele explicou ainda que a punição se dá contra a empresa, não contra o piloto, porque ele estava no Brasil na condição de preposto da American Airlines e fez o gesto na frente da tripulação.
Procurada, American Airlines informou que não tem conhecimento do acórdão, que deve ser publicado na próxima semana, e preferiu não se manifestar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/tj-condena-piloto-americano-por-gesto-obsceno
Meu comentário
Este aí não o único a fazer tal tipo de provocação, o gesto estava virando rotina entre os pilotos norte-americanos, olha esse outro caso:
JOSÉ EDUARDO RONDON
da Agência Folha

Um norte-americano foi preso nesta sexta-feira, em Foz do Iguaçu (PR), após fazer um gesto obsceno a agentes da Polícia Federal durante o preenchimento de uma ficha de identificação no aeroporto da cidade.

Em menos de um mês, é o segundo caso de desacato envolvendo norte-americanos no momento do desembarque no Brasil.

Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Federal, o aposentado Douglas Alan Skolnick, 55, ao ser fotografado para o "fichamento" de entrada no país, colocou o dedo médio da mão esquerda em riste à frente do papel que segurava com seu número de identificação.

Ele desembarcou de um vôo fretado vindo de Santiago, no Chile, no final da tarde. Após o gesto, o norte-americano recebeu voz de prisão da Polícia Federal e foi encaminhado à sede do órgão.

De acordo com a PF, o aposentado foi a única pessoa do vôo, que transportava 84 passageiros, a esboçar hostilidade em relação ao procedimento.

O norte-americano, até o início da noite, permanecia preso na Polícia Federal aguardando a decisão de um juiz federal sobre o caso. A Agência Folha não foi autorizada a falar, por telefone, com o acusado.

Piloto

No dia 14 de janeiro, o piloto de uma aeronave da American Airlines foi preso por desacato pela Polícia Federal no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP).

Dale Robbin Hersh, 53, colocou o dedo médio da mão direita em riste à frente do papel que segurava com seu número de identificação. Após ser preso pela PF, o piloto pagou uma multa e voltou aos Estados Unidos.

Após o incidente, a American Airlines divulgou nota em que pedia "desculpas" ao governo brasileiro pelo ato do piloto.

O "fichamento" dos norte-americanos começou a ser adotado no país em 1º de janeiro, por decisão do juiz federal Julier Sebastião da Silva.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u89682.shtml

25 de novembro de 2011

Nutcracker Vaganova Ballet Academy

Luciano Pavarotti canta Ave María de Schubert

'Ave Maria', de Erothides de Campos

Renee Fleming canta Strauss

Por Fuhgeddaboudit™, no LNO
Uma das mais belas músicas já compostas: Renee Fleming sings the 4th of Richard Strauss' vier letzte lieder – “Im Abendrot”




http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/renee-fleming-canta-strauss

Ladainha de Todos os santos coral Palestrina

Achado fóssil de dinossauro no RS

Prestes e o levante comunista

Cigarro, saúde pública e vida privada

Deputado evangélico registra ocorrência na polícia por ter visto fotos de homens no nu no café da manhã...uiii

Professor Comparato, não é só por medo que políticos não enfrentam o PIG. Muitos não seriam nada sem ele. Serra, p. ex.

Senadores questionam candidatura a Serra

STF dá a Daniel Dantas acesso irrestrito a arquivos da Sartiagraha

Ziraldo condenado por estelionato

Comissão da Verdade: Quem cala consente (Vera Paiva)

Video: Debate Alckimin x Lula

The Economist sobre a faxina

MP pede afastamento de Kassab

O tratamento desumano inicia reforma psiquiátrica

24 de novembro de 2011

O canudinho da Chevron

PT debate regulação da mídia

Convite para ato contra a violência em Goiânia, via email

Goiânia amanhece de luto.
Manchetes de jornais noticiam 08 (oito) mortes por homicídio. Entre eles crianças em situação de rua.
Indignados com esta situação, convidamos toda a população de Goiânia a manifestar-se contra a violência.
Convidamos voce e sua família a encontrar-nos na porta da Assembléia Legislativa, às 14h, no dia de hoje (24.11.11).
Venha manifestar sua indignação com a violência, maus tratos, abusos e mortes contra a população em situação de rua - reconhecidamente o grupo mais vulnerável. Vamos identificar saídas e construir juntos alternativas de paz com a participação das diversas Instituições públicas e a população em geral.
Se puder ajudar, envie o convite para toda a sua mailing list.
Juntos somos fortes e podemos ser solidários.
Grande abraço e até lá.
 
Heloiza Massanaro
Coordenadora de Saúde Mental

As declarações de FHC sobre o caso USP

Artistas protestam contra os cortes na Cultura

A doença de Lula e a campanha pela coerência já

Ser gay é pecado?

Foto de hoje: 2a. revolução no Egito

Araguaína-TO obriga que alunos leiam diariamente a Bíblia

TST vê artifício e confirma vínculo de bancário a trabalhador terceirizado

23 de novembro de 2011

Belo Monte: Ongs americanas estão mesmo preocupadas com os indios? Perguntem ao Gerônimo

PHA: Tortura em Dilma prescreveu. Viva o Brasil

Azenha: Exportando as armas de conteção em massa

Fotografia: As miniaturas de Akiko Ida e Pierre Javele

A 2a. revolução no Egito

O resgate da ciência na Argentina

Morre o homem que passou 19 anos preso injustamente

A "PEC da Teocracia", por Jean Willys

Entrevista com vítima de erro judiciário de 1998

Audiobook: A águia e a galinha

Bancada ruralista ameaça trancar a pauta por mudança no Código Florestal

O "amor" numa frase

A pouca luz nas pinturas de William Tunner

Marinês e Ney Matogrosso

O caso Chevron e os leilões do pré-sal

Justiça afasta conselheiro do Tribunal de Contas de SP

Centro Cultural UFG: Escada de acesso

Homofobia: Mais um ataque na região da Avenida Paulista

Marlui Miranda (aqui)

As esculturas em arame do artista africano Ivan Lovatt

Jannis Joplin

Michael Jackson

Jimi Hendrix

Ricard Nixon

Albert Einstein

Andy Wahrol

John Lennon

Grace Jones

Bob Marley

Sobre Ivan


"Nascido em Nairobi, no Quênia, Ivan passou a sua infância na África, Inglaterra, País de Gales e Alemanha. 
 Quando não fora apreciando o ambiente natural, Ivan foi levado a todas as formas de expressão artística, e começou a desenhar pássaros e vida selvagem Africano.   Como um adulto, Ivan trabalhou principalmente na construção civil, mas a arte sempre foi uma parte importante de sua vida.    Ivan iria gastar todo o seu tempo livre a aprender sobre arte, experimentando e tentando explorar cada meio ao seu potencial.   Ivan exibiu sua escultura e pinturas em exposições colectivas no Guildhall Grantham, antes de emigrar para a Austrália em 1994.
  



Inspirado por seu novo ambiente Ivan concentrou sua criatividade nas mãos sobre a realidade da escultura.    Ivan é particularmente animado com a transformação de um meio tão comum como o fio de galinha para uma obra de arte.   Ele é atraído para a criação de trabalho que seja acessível, reconhecível e significativa para o público.   personalidade Ivan é representado em sua escultura.   Seu trabalho é honesto, muitas vezes peculiar e divertido, mas demonstra compaixão por seu assunto, e acima de tudo tem grande integridade. "(Site ivanlovattsculpture.com)

Com informações do site Arte Ref

22 de novembro de 2011

A luz fugaz nas telas de Anne Magill (aqui)

A irreverência do Dzi Croquette (aqui)

As esculturas de papel de Jen Stark (aqui)

As esculturas do alemão Georg Herold (aqui)

O Estado a serviço das grandes corporações nos EUA (aqui)

A arte escapista de Yuki Matsueda (aqui)

Fwd: Workshop collage de Jaime Bennati no CCUFG

Por Carlos Sena Passos, via email


O Centro Cultural UFG apresenta de 05 a 08/12/201, às 15:30h, o workshop collage – VIAGENS, ministrado pela artista americana Jaime Bennati. 

A artista que emprega coisas encontradas na natureza ou objetos retirados da cultura industrial para criar obras em escultura e instalação, faz residência artística em Goiânia, por 3 meses, apoiada pelo Programa de Intercâmbio Internacional entre a Universidade Federal de Goiás e Ohio University. 

Jaime Bennati concluiu mestrado em ensino de artes e além de artista atua como docente no Instituto de Maryland College of Art (MICA) lecionando escultura. 

Para o workshop dirigido a jovens artistas e a estudantes de arte, Bennati recolheu milhares de vales usados no sistema de transporte coletivo em Goiânia, visando desenvolver colagens que exploram as propriedades do design deste material.

A inscrição para o Workshop é gratuíta e poderá ser feita na secretaria do Centro Cultural UFG – Av. Universtitária, 1533, Setor Universitário, ou pelo telefone 3209-6251, das 8:00 às 11:00h e das 14:00 às 18:00h.



"SED". Performance duracional de Santiago Cao. Favela Santa Lucia, Belo Horizonte, Brasil.







































D Performance duracional de Santiago Cao presentada como resultado de la residencia artística “PERPENDICULAR CASA E RUA” el sábado 10 de septiembre de 2011 en la Favela Santa Lúcia de Belo Horizonte, Brasil. Registros Fotográficos tomados por Fernando Costa, Maria Luiza Viana y Nathalie Mba Bikoro. Agradecimiento muy especial a Pelé (Fabiano Valentino) por acompañarme de manera tan generosa durante todo el proceso de acercamiento a la favela y sus habitantes. Agradecido también a Wagner Rossi por abrirme las puertas de su casa donde no sólo residí, sino que –producto de la convivencia- incorporé a mi vida dos nuevos y queridos amigos: Nathalie y él. Por versão em Português, siga este link... http://www.facebook.com/note.php?note_id=310972185598380 Este trabajo que llamé SED, es sólo el resultado de un conjunto de experiencias que viví a lo largo de los seis días que duró la residencia. Y digo que sólo es el resultado, porque una residencia artística siempre es más que las obras producidas en ella. Es precisamente la convivencia -y los vínculos que se generan a raíz de ella- lo que realmente tiene importancia. Una residencia artística es ante todo un proceso creativo, y en tanto obra duracional, toda ella debe ser comprendida como una unidad. Las partes no poseen mayor importancia que el todo. Y es desde esta concepción donde escribo, planteando que SED -en tanto obra duracional- se inició el primer día de residencia. Más precisamente cuando, al bajarnos del taxi, se nos presentó de manera tan potente y hermosa esa vista del morro con sus cientos (¿miles?) de casas dispuestas de manera orgánica, y donde hallar una recta que se continúe por más de diez metros era casi una utopía. Fue en ese momento –intuyo ahora- que SED tuvo su inicio. Fue tan potente esta imagen para mí, que en la primer reunión que tuvimos ese día, plantee mi posición preguntando “¿Para quién estamos realizando la obra?”. En aquel momento se estaba debatiendo el donde realizar las propuestas de cada participante y una cuestión fundamental a la hora de pensar en ello, parecía ser que el “público” al que se pretendía llegar se encontraba viviendo en la ciudad y no en la favela. Y ésta es una distinción donde vale la pena detenernos para reflexionar un poco. La favela y la ciudad, desde el prejuicio social, son dos realidades distintas. Pareciera ser que la favela fuera un agujero negro en el mapa de la ciudad. Y entendamos este término desde dos vertientes metafóricas. Agujero negro en tanto no se sabe -desde fuera- lo que acontece dentro. Símil lo que ocurre en las constelaciones estelares donde algunas masas poseen un campo magnético tan potente que absorben hacia sí todo lo que a su alcance se encuentre, no dejando escapar información hacia afuera. Pero también entendamos este término agujero negro en un sentido despectivo. Como un hueco al que hay que tapar. Como una mancha en la ciudad que avergüenza y que hay que “limpiar”. O al menos, sacar de la vista, esconder bajo el tapete, expulsar más allá de los límites reconocidos por la comunidad. Pero las favelas no son un algo al margen de la ciudad. Son la ciudad misma. Son parte integrante. Y como tal, merecen ser pensadas como un espacio de intervención y no de exposición. ¿Qué quiero decir con esto? Lo mismo que plantee en aquella primera reunión: ¿Para quién estamos realizando la obra?. Si estamos pensando el donde realizar los proyectos de cada artista tomando en consideración al “público de fuera”, entonces habría que buscar un “espacio de borde”, donde la favela y el resto de la ciudad se “rocen”, para que este “publico” se anime a llegar. Ahora bien, si las propuestas están pensadas desde y para el contexto, entonces habría que buscar el donde en el interior mismo de la favela, considerando a sus habitantes como un “publico” en potencia, y por tanto, dignos de ser tenidos en cuenta. Y si la “gente de fuera” no se anima a entrar, pues bien, ¡que se lo pierdan! Vale una aclaración antes de continuar. Cuando utilizo el término de “público” lo hago desde el hecho que no todos los artistas invitados a esta residencia se dedicaban a la performance, pudiéndose utilizar otros lenguajes artísticos como ser, por ejemplo, la Instalación. Haciendo esta salvedad, en lo que a mi trabajo respecta, prefiero considerar al Otro como un interactor (en palabras de Bia de Medeiros), en tanto estas personas con quienes me relacione, interactuarán conmigo, generándose desde ese encuentro el concepto de obra ampliada más allá de los límites autorales. O al menos, cuestionándose al artista como autor único de la obra. Volviendo al relato, ese día era la primera vez que estábamos reunidos “cara a cara” todos los participantes convocados, y nos encontrábamos conversando en Casa do Beco, local perteneciente a una organización social y cultural que sería nuestra base diurna en la favela. Por las noches dormiríamos fuera. ¿Y si hubiésemos conseguido dormir allí? Conocer no solo el día sino también la noche de esa comunidad, acercándonos un poco más a sus costumbres, sus rutinas, sus modos de vivir. Esta necesidad me acompañó durante toda la residencia hasta que una persona muy querida y respetada por la gente del lugar me tendió “una mano hacia dentro”. Ese primer día se había planeado que almorzaríamos en lo alto del morro y ya que Casa do Beco se encontraba a los pies del mismo, tomamos un ómnibus que, recorriendo algunas calles internas, nos transportó hasta la arteria principal. Una calle colmada de negocios y transitada por gran cantidad de personas que en nada se parecía a la imagen peligrosa que difunden los medios masivos de comunicación al respecto de estos “agujeros negros”. Luego de comer, Patricia Alencar -una joven mujer integrante de la citada organización social- nos guió en un recorrido por algunos sectores de la favela. Patricia había nacido allí, y allí se había criado, cuando la vida era distinta y las construcciones no poluían una al lado de la otra ocupando cada espacio de terreno posible. Pero eso era antes. Ahora la tierra era un recuerdo invisible. Por cada beco (callejón muy estrecho) que transitábamos, sólo veía cemento bajo nuestros pies. Y este cemento era la evidencia de una conquista más de los pobladores de esta comunidad. Antiguamente debía de haber sido muy difícil transitar cuesta arriba y cuesta abajo cuando las lluvias hacían del suelo un gran lodazal. Ahora, con el cemento, nadie resbalaba, nadie se ensuciaba. Pero tampoco nadie sentía la tierra. Una conquista más de la civilización sobre la naturaleza. Sentí pena por ello. Quizá porque los días previos los había pasado en la cabaña de un amigo que vive en una montaña donde la abundante vegetación y los ríos que la recorren, me recordaron que la tierra no solo ensuciaba la ropa o mis pies. También me integraba al contexto. Quizá fuera por ello que tanto cemento me resultara evidencia contundente de este dislocamiento de las personas para con el espacio que las rodeaba. Aunque pensándolo mejor, que mayor prueba para refutar el concepto de favela como algo fuera o distinto a la ciudad, que entender aquel cemento bajo nuestros pies como el elemento que integraba a sus habitantes con su contexto, es decir, con la ciudad. Patricia nos contó, mientras caminábamos, que el agua entubada era otra conquista de los habitantes de la favela Santa Lucía. Agua que hasta hace no más de 20 años, las mujeres tenían que buscar cargando latas en la cabeza. Las distancias eran largas y había que subir y bajar por el morro hasta una naciente o, con mejor suerte, una torneira. Estas torneiras o grifos vertían agua desde las 6:30 hasta las 8:30 de la mañana, motivo por el cual, habiendo agua solo dos horas por día, las filas se formaban desde la madrugada y con ellas, las muchas disputas. Pero eso era antes. Ahora ya nadie precisa salir para conseguir agua. Basta con abrir la canilla y tomar lo que se desea. Ya no es necesario ir al encuentro. Y dentro de cada casa, gracias a la televisión y al agua entubada, ese encuentro con el Otro está siendo día a día menos frecuente, y la distancia con la naturaleza, cada vez mayor. - Allí, donde está ese supermercado, se encontraban antiguamente dos nacientes de agua pura- nos contó Patricia, señalando una gran construcción de la cadena “Super Nosso” ubicada más allá de los límites de la favela. Otra conquista de la civilización sobre la naturaleza. Otra vez la necesidad de consumir se posicionaba por delante. ¿O sería mejor decir por encima?. No podía entender cómo era posible que alguien pensara en construir un supermercado encima de dos nacientes –anulándolas- y que muchos otros lo permitiesen e incluso lo aceptasen. Y fue en ese momento donde -caminando por esos becos y escuchando a Patricia hablar de otros “tiempos”- comencé a vislumbrar lo que sería luego mi proyecto de intervención. Recuperar la memoria del agua y todo lo que implicaba su búsqueda. Los encuentros a diario en esas filas esperando el turno para llenar su lata y llevarla hasta la casa. Los saludos, las charlas, las discusiones, los conflictos. Es decir, la socialización del pueblo en torno al vital líquido. - Aquí estaba antiguamente la torneira donde yo buscaba agua- nos cuenta Patricia señalando una esquina en el cruce de dos becos. - ¿Dónde?- pregunté - Aquí mismo- dijo. Solo que ahora ya no está más. Ahora en su lugar hay una casa. Su respuesta guardaba cierta lógica funcional. Habiendo agua en cada hogar, y siendo que hoy en día no es el agua la necesidad primordial sino la construcción de viviendas lo importante, ¿para qué conservar allí un grifo público?. Cada día más y más personas precisan un lugar donde vivir. Los hijos crecen, forman familia, y estas familias precisan un nuevo techo. ¿Para que ocupar espacio con el pasado si el presente urge de manera tan evidente?. En ese instante recordé una frase del libro “El Principito” de Antoine de Saint-Exupéry, donde el zorro le comparte a este hermoso personaje su secreto. "Lo esencial es invisible a los ojos"- dice. Y comprendí que no era con los ojos que se precisaba ver esa torneira, sino con la memoria. Y si no la recuperamos, sino la mantenemos “viva”, poco a poco vamos a ir quedando “ciegos”. Los siguientes días busqué distintas maneras para acercarme a la actualidad de esa favela y, desde allí, rastrear su pasado. ¿Pero cómo “entrar” siendo extranjero y hablando otro idioma? Tuve la suerte que dos arte-educadoras –María Luiza Viana y Fernanda Macruz- y un artista plástico -Fabiano Valentino (Pelé)- aceptaran que los acompañara en su proyecto para PERPENDICULAR. Su propuesta estaba relacionada con las distintas “miradas” que se pueden generar entorno a la realidad de un lugar, y para ello decidieron interactuar con niños de una escuela de la favela utilizando la “ventana” como concepto y como elemento que recorta -desde la mirada selectiva- el espacio que los rodeaba. Fue de esta manera que pude, de la mano de los niños, recorrer algunos becos de la comunidad. Estos callejones no son lineales -estructurados y estructurantes- sino orgánicos. Estrechos pasajes que, siguiendo un recorrido sinuoso, responden al modo en que se fueron ocupando los espacios y construyéndose las casas. De esta manera, quien no es de allí, quien no conoce y transita a diario ese lugar, fácilmente podría perderse. Pero también quien no es de allí, es observado con cierta sospecha. Este agujero negro se cuida bien de saber quién entra. Ese “extranjero” al lugar podría ser un policía encubierto, y los numerosos grupos que venden y distribuyen droga no se arriesgarán a ser detenidos. Cada grupo o movimiento posee un área de control. Muchos de sus integrantes ni siquiera salen fuera de esos límites. No pueden hacerlo sin correr el riesgo de ser asesinados por integrantes de otros movimientos. Su vida se reduce a la distancia que existe entre un beco y otro, y allí, mandan ellos. Pero de la mano de los niños, sentí que caminaba seguro. Sabían bien donde caminar y donde no. La otra persona que me “tendió la mano” para caminar, fue Pelé. Este pintor no solo es apreciado en la comunidad por su continuo empeño en alegrar las fachadas de negocios y casas con diseños coloridos –es el responsable de la mayoría de los carteles y frentes que dan a los negocios ese aspecto de comercio urbano- sino que también es muy respetado por haber realizado con niños y adolescentes gran cantidad de murales en muchas de las calles, cumpliendo de esta manera un importante rol social dentro de la comunidad. Una tarde, cuando nos encontramos a charlar un poco sobre su “memoria” de la favela, me invitó a que fuéramos en la noche –junto con otro amigo suyo- a compartir un poco de la fiesta que estaba aconteciendo en el morro. El equipo de fútbol de Vila Estrela (una de las tres comunidades que conforman esta favela) estaba de aniversario y ese evento no pasaría desapercibido para sus habitantes. Esa noche, bailando y tomando cerveza, festejando con las personas, yendo luego -en compañía de mis nuevos amigos y a través de innumerables becos- rumbo a otra fiesta en otra calle en lo alto del morro, comprendí que aquel lugar era como una gran familia. Un espacio cargado de afectos que cuenta con una historia de peleas y reconciliaciones, y cuyos integrantes –como generalmente sucede en las familias- se buscan y se encuentran para compartir la vida. Los siguientes días continué con mi tarea de conocer el pasado de la Favela Santa Lúcia. Me contaron que antiguamente eran las mujeres las que –colocándose una tela enrollada para amortiguar el peso- transportaban el agua cargando las latas sobre sus cabezas. Ese dato me pareció muy interesante. Poco a poco, y desde allí, fui armando una idea de acción. Partiendo desde Casa do Beco, recorrería las calles y becos de la favela cargando una lata en la cabeza y llamando a las puertas de las casas que encontrara en mi camino. A quien me abriera, diría “Tengo sed. ¿Me convida dos vasos con agua?”. Uno de ellos que bebería, y el otro que volcaría dentro de la lata. Procurando generar conversación con las personas, buscaría conocer historias de los tiempos antiguos y no tan antiguos, para luego, pidiendo información del camino a seguir, intentar llegar hasta la casa del señor Guido. El “Seu Guido”, como la gente le llama, vive en otro extremo de la favela, en una parte más alta del morro, y por sus años de vida y siendo uno de los primeros habitantes del lugar, me han dicho que conoce gran cantidad de historias sobre el pasado de esta comunidad. Así, de puerta en puerta, de vaso en vaso, iría saciando mi sed, llenando mi lata con agua, rumbo al encuentro de un Otro que aun no conocía; de un pasado que aun no me contaron. Esperando que Seu Guido aceptara acompañarme hasta la bica donde él buscaba agua en tiempos pasados para, allí, verter el contenido de la lata. Hacer un camino inverso a lo históricamente acontecido. Llevar hasta la bica el agua recolectada, aportada por los vecinos, para ofrecérsela, devolviéndole un poco de lo mucho que ella dio a las personas durante tanto tiempo. El día previo a la acción, mientras estaba en una tienda de telas escogiendo la que iría a utilizar durante mi recorrido, pregunté en voz alta si alguien allí presente podría enseñarme cómo se enrollaba antiguamente la tela para cargar el agua. Muchas mujeres bajaron la vista. Sentí que mi pregunta las incomodaba -¿Sentirían vergüenza de ese pasado?-. Nadie respondió, hasta que una señora mayor se acercó y tomando una tela la enroscó sobre sí. Luego, haciendo un movimiento espiralado, colocó la forma resultante en mi cabeza. Se escucharon algunas risas. Le pregunté cual tela era la que se utilizaba y respondió “¿Cual tela? La más barata. De algodón.” Y acto seguido, otras mujeres que habían bajado la vista, se sumaron al diálogo. Pareciera haberse activado la memoria colectiva. La misma señora me dijo “no hay mujer que no haya cargado latas en su cabeza, y quien diga lo contrario, está mintiendo”. El día sábado al medio día inicié mi acción partiendo desde Casa do Beco, en un recorrido a la deriva que, esperaba, me llevara hasta Seu Guido. No conocía a esta persona. Ni siquiera sabía donde vivía. Solo que su casa estaba en lo alto del morro, en el otro extremo de la favela. Salvo ese dato, nada más sabía de él, y sin embargo, no pude evitar crearme una imagen previa de su persona. Lo imaginé como si de un abuelo se tratara. Y en tanto abuelo quería ser un nieto para él. Que me recibiera y me contara las historias del pasado de esa comunidad. Tres personas –Nathalie Mba Bikoro, Maria Luiza Viana y Fernando Costa- me seguirían a la distancia, tomando registros fotográficos de lo que fuera aconteciendo. Les había pedido que priorizaran la acción antes que el registro, para que yo pudiera entablar relación con las personas sin que ellas percibieran las cámaras. Pelé había accedido a acompañarnos, velando por la seguridad de sus pertenencias. Y por nuestra salud, en caso de que surgiera algún inconveniente en el camino. Esto último era algo que me preocupaba, ya que siendo un recorrido a la deriva, guiado solo por las indicaciones que fuera recibiendo de las personas durante el trayecto, cabía la posibilidad de que, accidentalmente, terminara dentro del territorio de algún movimiento o peor aún, atravesando alguna zona de conflicto entre estos grupos. Como me había anticipado Pelé, nadie se negó a darme agua cuando lo solicitaba. Me miraban extrañados por cuenta de cargar sobre mi cabeza ese elemento de otra época, pero al mismo tiempo, parecía ser la lata quien abría la puerta al diálogo. Luego de beber el agua que me convidaban, les agradecía y agregaba frases tales como “está difícil en estos tiempos conseguir agua en la calle, ¿verdad? Antes, cuando había torneiras era más fácil.” Y acto seguido les preguntaba si sabían donde había alguna próxima al lugar. Queriendo llegar hasta Seu Guido, toqué una de las tantas puertas que se me abrieron y en una de ellas quien me atendió fue un joven que parecía no tener más de 20 años de edad. Este muchacho parecía ser un refugio de la memoria misma. Me contó más historias sobre la comunidad que la mayoría de las personas con las que me fui encontrando y conversando. Una grabadora de voz escondida en un bolsillo de mi saco me permitió registrar estas historias. Transcribo un poco de esta charla cuando, ya despidiéndome de él, le pregunté por Seu Guido. - El tenía una bica cerca, ¿verdad?- le dije - Si, el allá tenía una cerca pero aquí también teníamos- respondió. - ¿Aquí donde? - Aquí mismo. Un poquito más arriba. Las personas arriba tenían una bica. Ellos cuentan que arriba tenían una bica cercana- me dice- Las personas hacían una fila larga. Cuando no tenían (agua) en la que está acá abajo (se refiere a otra bica que se encontraba al pié del morro). (…) - Y me dijeron que solo tenían agua dos horas por día- comento, como queriendo verificar el dato. - Eeee, era complicado ¿no?. Ahí las personas conseguían agua así. Era complicado –dice. - ¿Y qué sucedía si el agua se acababa antes? ¿Cómo conseguían agua? –pregunto - Ahí ellos iban para la que está encima. Las personas de aquí abajo subían para buscar cuando no tenían agua aquí abajo. Y cuando no tenían, había que estar sin agua. - Ahh, ¿arriba sí tenían agua todo el día? –pregunto - Dicen que no era todo el día, no. Y cuando no había en ninguna de las dos, tenían que estar sin agua. –y agrega- Entonces había personas que no conseguían agarrar agua. Tanto así que podían estar una semana sin agua - ¿Quien te contó estas historias? –le pregunté - Eso fueron las personas mismas las que me contaron. Mi madre... - ¿Y a vos te gustan las historias también? - Eeee, porque las personas tienen que saber del lugar donde viven ¿no?. Yo sé del lugar donde vivo. - Muchas personas van perdiendo la memoria- y se lo digo como diciéndomelo a mí mismo. (…) Antes de terminar la charla, agrega - Yo guardo las historias que las personas siempre contaban para mí. - Y vos vas a contárselas a tus hijos - Eeee, porque voy a contar para ellos “Vean, cuando yo nací aquí ya no había más, pero, era así” ¿no? –y agrega- es bueno tener memoria, ¿no?. Cultura del Brasil. La charla siguió y luego le solicité otro vaso con agua. Cuando lo trajo, me arrodillé pidiendo que volcara su contenido dentro de la lata. Nos despedimos y seguí mi camino llamando a la siguiente puerta. Repetí el mismo sistema. Bebí el agua del primer vaso y la del segundo, arrodillándome, pedí que fuera vertida dentro del recipiente que cargaba sobre mí cabeza. Así, poco a poco esta lata se fue llenando no solo de agua, sino también de historias personales y colectivas. En un momento del recorrido, Pelé me hizo señas para que me acercara hasta donde estaban ellos. Me informó que acababan de avisarle que la zona hacia donde me dirigía había entrado en guerra. “No podemos pasar por allá” me dijo, y propuso ir en otra dirección. Le pregunté si por donde él indicaba había manera luego de retomar hacia la casa de Seu Guido. Respondió que no. Que ya no sería posible llegar porque esa casa se encontraba en medio de la zona de conflicto. Medité unos minutos. No quería dejar de llegar hasta ese lugar. Propuse entonces despedirnos, seguir camino solo y correr yo mismo el riesgo sin arriesgar a quienes me acompañaban. Confiar en mi camino y esperar que, con suerte, me tomaran como un loco y no se sintieran amenazados por mi presencia. Pelé estaba preocupado con mi respuesta. No respondía ni afirmativa ni negativamente. En ese momento una camioneta pasó a nuestro lado y le hizo señas para que se detuviera. Conocía a aquella persona que la conducía. Le preguntó sobre el estado de la situación cuadras más arriba. Respondió que no había visto nada. Parecía entonces ser solo un rumor. Podíamos seguir pero ya no me sentía tranquilo. Tenía un poco de miedo. Vi a dos hombres jóvenes un poco más adelante. Imaginé que estarían custodiando el sector al que pertenecían. Decidí entonces encararlos y preguntarles donde vivía Seu Guido. Quizá, sabiendo ellos hacia donde me dirigía, la tensión en el aire no estallara sobre nosotros. Me acerqué y pregunté. Me miraron extrañados pero respondieron. Hice alguna referencia al respecto del calor que estaba sintiendo producto de caminar bajo ese sol. Comente también que estaba cargando el agua sobre mi cabeza para llevarla hasta la casa de Seu Guido. Me despedí. Su respuesta fue amable. Parecía que la tensión había disminuido un poco. O al menos mi percepción sobre ella. Pregunté a otro grupo de personas un poco más adelante hacia donde guiar mis pasos y me indicaron que la persona que estaba procurando era la misma que, desde allí, podía ver dentro de una ferretería ubicada un poco más allá. Llegué hasta el negocio. Me sentía extraño. Nada concordaba con lo imaginado. Ni era tan viejo ni tenía siquiera el pelo blanco. Era un hombre que aparentaba unos 70 años de edad. Lo rodeaban tres jóvenes que eran sus empleados. - Buen día –saludé- ¿Usted es Seu Guido? Me miró en silencio y respondió afirmativamente. - Ahh que bueno que lo encontré. Estoy procurando por usted desde que inicié mi caminata al pié del morro. Me miró con desconfianza. No parecía alegrarse con la noticia de que un hombre que cargaba una lata con agua en la cabeza estuviera feliz de haberlo finalmente encontrado. Le comenté que estaba procurando agua para llevarla hasta la bica que, según me habían dicho, se encontraba próxima al lugar donde estábamos. Alternando entre indicaciones a sus empleados y llamados telefónicos, me dijo que allí no existía ninguna bica cercana. Imaginé que me había expresado mal y le hablé de una que habría existido en otros tiempos pasados. Me respondió que la única que se encontraba relativamente próxima era la “mina” que estaba bajando por el morro en dirección hacia la izquierda, en una quebrada. Pero agregó que no estaba tan cerca como yo creía. Volví a insistir. Pregunté si no había otra y respondió que sí, que más arriba y en dirección opuesta podía encontrarla. Pero ésta estaba aún más distante que la anterior. Opté por cambiar de estrategia y reformulé la pregunta. - ¿Cuando usted antiguamente buscaba agua, en cual bica lo hacía? - En el Bicão –respondió. - ¿Y todavía existe? –pregunté emocionado - Claro, es la mina que le dije al inicio. La que se encuentra descendiendo por aquel lado –y señaló hacia la izquierda de la calle donde se encontraba su negocio. No podía creer lo que acababa de escuchar. Esa bica que mencionó era una de las más importantes en la historia de la favela. Ella, junto con “Ladrão” (ubicada en el otro extremo del morro) habían sido las dos únicas bicas que nunca se quedaban sin agua. Por eso sus habitantes también le decían la “mina”… una mina de agua pura. Sin siquiera intentar proponerle que me acompañara hasta allí, me despedí y comencé a recorrer el camino que me indicó. Bajé por unas escaleras que parecían no tener fin. Abajo, cada vez más abajo en el morro, la civilización de cemento iba quedando atrás. Cada vez eran menos las casas, y la tierra volvía a ser visible. Me detuve en una de estas viviendas. Batí las palmas llamando a sus moradores. Se asomó una mujer. Pedí que me convidara un vaso con agua. El lugar era muy humilde. Me contestó que sólo tenía agua de la canilla. Le dije que era justamente esa agua la que estaba procurando. Vino a mi encuentro con el vaso pedido. Bebí. Charlamos un poco. Ahora ya no preguntaba por el paradero de Seu Guido. Ahora era el Bicão quien me impulsaba a seguir camino. Me respondió que aún faltaba un poco para llegar. Había que seguir descendiendo y luego, al pié de la escalera, doblar hacia la izquierda. Pedí otro vaso con agua y al traérmelo, repetí el acto de arrodíllame para que fuera ella quien volcara el contenido dentro de la lata. Me despedí y seguí camino. Más tarde me contarían las personas que venían detrás de mí que, al llegar al lugar dónde vivía esta mujer, también batieron palmas y le pidieron agua. Yo -gracias a la tela y la lata- tenía la cabeza protegida del sol y había bebido bastante agua durante todo el trayecto. En cambio ellos, con las cabezas expuestas -y sólo habiendo bebido un refresco comprado en una tienda- estaban muy sedientos. Me contaron que la mujer les habló de un hombre que acababa de pasar por allí y que también le había pedido un vaso con agua. - Cargaba una lata en la cabeza –dijo- Hace tiempo que no veo a nadie bajar con latas por estos lados –y agregó- antiguamente el agua brotaba por todos lados aquí. Y las personas bajaban a buscarla. Ahora ya nadie viene, ya nadie se encuentra. Por mi parte yo seguía descendiendo por aquellas escaleras tal y como me indicara esta mujer. Al pié de las mismas doblé a la izquierda y 50 metros más adelante la favela parecía terminar de disolverse en medio del mato. Sólo quedaba, a modo de vestigio, un pequeño arroyo de agua podrida. Desechos de la ciudad que la rodeaba. Seguí mi camino. Todo allí era naturaleza. Las plantas crecían hacia donde dirigiera la mirada. Nuevamente la tierra bajo mis pies. Encontré a dos niños. Les pregunté por la ubicación del Bicão. Me señalaron dos tubos de plástico que salían de una pequeña ladera. ¿Cómo? ¿Era ese el famoso Bicão? Y comprendí en ese momento que el agua, en tanto elemento básico para la vida humana, es un recurso extremadamente preciado en los lugares donde escasea. Y que, en épocas donde las torneiras vertían agua sólo dos horas al día, una mina de agua que no habilitaba sus recursos por horarios era un verdadero lujo. Pedí a estos niños hacerme el favor de volcar el contenido de la lata sobre mi cuerpo. Aceptaron sin preguntar el motivo. Me quité la ropa quedando solo en calzoncillos. Me bañaron con esa agua cargada de historias y recuerdos. Me refrescaron al tiempo que, corriendo sobre mi piel, el agua regresaba a su punto de origen. Más tarde, Fernando, uno de los fotógrafos, haría un comentario que me llamó mucho la atención. - Santiago –dijo- ¿Te has dado cuenta que sin saberlo, repetiste la misma acción que realizan los niños al llegar al Bicão? Se habían acercado hasta allí otros dos chicos y, cargando en latas el agua que salía de la mina, vertieron el contenido sobre sus cuerpos refrescándose del caluroso día. Viéndolos allí, alegres, comprendí sus palabras. Habiéndome propuesto realizar un recorrido a la deriva, creando una cartografía subjetiva y afectiva en busca de la memoria de un pueblo que no cesa de transformarse, sin saberlo, en esa deriva el camino me había llevado hasta ese lugar para repetir un ciclo que es cotidiano en quienes aún pueden tener contacto con la naturaleza. Recurrir al agua para refrescarse y calmar la SED.

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